Review: Creek 4040A

O Creek 4040A é uma pequena dinamite. Um amplificador integrado com 2x55W capaz de debitar 110W por canal em 4 ohm, respondendo facilmente às necessidades de potencia da vasta maioria das colunas modernas.  Com apenas 21 x 6 x 25cm o Creek surpreende e bem com a genica que tem, vindo de uma caixa tão pequena. Não nos enganemos, ele não se fica pela surpresa. Analisando friamente, o Creek 4040A tem excelente ataque e bom timing, balanço. Mostra-se à vontade com todo o tipo de música e mantém-se sempre neutro na sua tonalidade. Não evidencia mais graves nem mais agudos permitindo-nos ouvir só música.

Há algum tempo que procuro um amplificador que rivalize com um dos favoritos na faixa de mil e poucos euros: o Advance Paris A5. Não tem a mesma “fluidez orgânica” do Advance, que em certas alturas mais parece um amplificador high end, mas chega lá perto. Tem no entanto algumas vantagens grandes relativamente ao Advance: custa menos 200€ e é muito mais pequeno, ocupando cerca de um quarto do volume. O Creek facilmente se encaixa em qualquer móvel de sala. Para além disso tem um design bastante simples que penso que agrada tanto aos audiófilos como às esposas deles. Outra coisa que me agradou imenso no Creek foi a facilidade de utilização.  Os dois botões têm um toque excelente, selecionamos facilmente os inputs e o volume. Passados 60 minutos o amplificador entra em standby e reaviva rapidamente com um toque no botão.

O 4040A utiliza os recentes e inovadores módulos MERUS™ Infineon que operam em classe D. O fabricante demonstra uma melhor eficiência e estabilidade de temperatura comparando com outros módulos em classe D que se têm popularizado no hifi com sucesso variado. Muito frequentemente sinto que este tipo de amplificação, comparada com a melhor em classe A/B, tem a tendencia para perder um pouco de “balanço” e soa um pouco mais estéril. Mas repito, isto é comparando com os melhores em classe A/B. Não é uma boa generalização.
O 4040A apresenta-se com suavidade e ataque, com fluidez e punch. É um amplificador completo. Apesar de o preço das matérias primas e a inflação generalizada ter aumentado o preço das coisas, incluindo o material hifi, é fantástico ver que a tecnologia e a inovação permite continuar a tornar o verdadeiro hifi acessível. Por 990€ este amplificador é fantástico.

Muita gente confunde a classe D com “amplificação digital”. Não é assim. Não querendo entrar em muitos detalhes técnicos que ultrapassam as minhas qualificações académicas, o 4040A é um amplificador analógico com um conversor digital analógico interno. Isto significa que se podem ligar a ele fontes digitais bem como fontes analógicas como um leitor de CD. A Creek tem um longo historial de produção de excelentes preamplificadores phono acessíveis e criou há alguns anos a placa Sequel que já vai na versão MK4. Tive oportunidade de experimentar as várias versões Sequel em amplificadores Creek do passado e considero-a das melhores placas integradas do mercado. A placa é opcional, comprada em separado e facilmente instalada no 4040A. Curiosidade: a versão MK4 ainda é retrocompatível com amplificadores Creek posteriores a 1993!

Com entrada USB, coaxial, ótica e bluetooth do lado digital; RCA, XLR e phono do lado analógico o Creek 4040A está preparado para qualquer utilização. Juntando o excelente Wiim Pro acrescentamos facilmente a função streaming. Por fim, o 4040A tem uma saída de auscultadores – também aqui a Creek tem tradição. Esta saída dá imenso jeito quando no dia-a-dia quando vivemos num ambiente familiar em que não queremos incomodar os outros.

Creek 4040A recomendado!

Disponível para audição. Para os nossos clientes habituais basta entrar em contacto comigo para poder testar em casa. Para clientes novos normalmente emprestamos o equipamento mediante pagamento de caução e de portes de baixo valor.

 

Especificações

Potencia: 55 W a 8 Ohms, 110 W a 4 Ohms
Corrente máxima constante: >8A, current limited
Pico de corrente: >20A
Frequencia de resposta: 5Hz to 50 kHz, +/-3dB
Ganho: 32dB or x40
Pre-Amp Inputs: 2x RCA (unbalanced) and 1x XLR (balanced)
Plug-in Phono options: Sequel mk4 MM Phono. 40 and 50dB gain
Digital inputs: 1x co-axial, 1x optical, 1x USB 2.0, Bluetooth aptX HD
Conversor Digital-Analógico: ES9018k2m Sabre DAC.

PVP: 990€

Advance Paris A10 Classic

 

O Advance A10 já vive na VilaSound há algum tempo e como tal tenho confiança para dizer que é um dos meus amplificadores preferidos de sempre. Não me refiro ao preço porque nesse caso, até 2000€, é sem dúvida o melhor que já ouvi. Sim, mantenho que o Heed Obelisk Si é um excelente

Monitor Audio PL100II

amplificador, com características fantásticas. É muito mais pequeno e 100€ mais barato do que o Advance A10, para quem não precisa de entradas digitais nem pré-phono. O Heed é o meu amplificador residente mas, dando um exemplo prático, se quiser por a tocar as Monitor Audio PL100 o Heed fica expectavelmente aquém. As PL100 sempre foram um teste de fogo aos amplificadores que passam pela VilaSound. São fantásticas colunas se forem bem amplificadas. Se o amplificador não tiver “força” para elas – tornam-se vulgares ou até desagradáveis. Se adicionar ao Heed a Obelisk X2 (fonte de alimentação) o caso muda de figura e as PL100 ganham vida. Tipicamente tenho dificuldade em fazê-lo com amplificadores que custam menos de 4000€ ou seja, tanto o Heed como o Advance são grandes outliers.

Com o Advance A10 as PL100 tocam música. Não “se houve” esforço nem agressividade, conseguem-se graves profundos, impacto e dinamica sem nunca parecer “mecanico”. Parece conjugar perfeitamente a musicalidade e suavidade das válvulas com a força e velocidade dos bons transistores. Tendo em conta que o amplificador é um híbrido, com estágio de entrada a válvulas, e etapa de potencia a transistores dir-se-ia que seria o objetivo à partida. Talvez. No entanto, conhecendo o Advance A5 e também os fantásticos pré X-P700 com os monoblocos X-A160 EVO, em que nenhum tem válvulas no circuito, diria que existem forças maiores em jogo. Alguém na Advance Paris está a fazer as coisas bem.

Uma das músicas que uso muito ultimamente é a Maria Lisboa da Amália Rodrigues. Reproduzir toda a amplitude dinamica da Amália é sempre difícil mas mais ainda é conseguir reproduzir toda a interação, tempo e balanço que ela tem com os seus músicos. O baixo mantém-se discreto e musical enquanto a guitarra e a voz vão falando um com o outro com uma cumplicidade notável. Há pessoas que realmente nasceram para a música! O Advance A10 e as Monitor Audio PL100 são capazes de transmitir estas emoções sem qualquer problema.

O album Wonder What’s Next dos Chevelle tem um grave bem interessante e até viciante em alguns sistemas pois dou por mim a seguir especialmente o bombo da bateria. O Advance consegue transmitir essa energia de forma exímia e mais – consegue manter toda a coesão, timing e ausência de distorção fazendo com que mesmo um album de metal não seja cansativo. Tem muita potencia, com uns robustos 130W a 8ohm mas sem nunca parecer impor-se. É sempre refinado.

 

Cito apenas estes dois exemplos muito distintos para dar apenas uma ideia pois tudo o que atiro para o Advance ele resolve sem problema. Ele é extremamente completo: tem detalhe, dinamica, impacto e musicalidade. Dá a sensação de ser uma espécie de “não-amplificador”. Não acrescenta, não retira, apenas toca o que é suposto. Se existem melhores (mais caros) amplificadores do que o Advance A10? Certamente, mas a verdade é que quando oiço música com o A10 tenho muita relutancia em trocá-lo por outro qualquer, mesmo que seja muito mais caro. Essa sensação é muito rara em mim. Apesar de sempre ter gostado muito de música, a profissão estraga normalmente a experiencia. É difícil não pensar constantemente como melhorar o que estou a ouvir. O Advance cumpre extraordinariamente a tarefa de me desconcentrar nisso e me por simplesmente ouvir música.

 

O Advance A10 vem equipado com DAC interno com entradas digitais ótica, coaxial e USB. Usando as entradas digitais diria que o A10 toca melhor do que com a maioria dos DACs externos. O seu DAC é muito bom. O mesmo se repete com o pré-phono. Não adianta tentar melhorar o som dos seus discos com um pré-phono de entrada de gama pois será muito provavelmente pior. Vem com módulo de bluetooth para acrescentar alguma conveniencia mas já sabemos que não será a opção ideal para a melhor qualidade de audio. As TVs ainda vão tendo saída de áudio ótica mas um dia poderão vir a ter apenas saída HDMI, tal como acontece já com as recentes boxes das operadoras, o que é uma pena. O A10 está precavido: tem entrada HDMI áudio. Tem também uma porta USB capaz de alimentar dispositivos com 5V a 1A. Cada vez mais dispositivos são alimentados ou carregados com USB 5v e tenho usado esta porta para ligar por exemplo o excelente Wiim MiniU, ou a linha de streamers WTX da Advance. Uso o cabo USB para alimentação elétrica e o cabo ótico incluído para ligar ao A10 via digital e assim usufruir de uma conversão digital-analógica superior. Desta forma, acrescentamos a capacidade de streaming ao A10 por cerca de 90€. Se o A10 merece um streamer melhor? Talvez. Depende. Quem usa maioritariamente outras fontes e quer o streaming apenas para conhecer algumas músicas novas e “dar os primeiros passos no streaming” chega perfeitamente. Quem usa exclusivamente o streaming, o Wiim Mini + A10 já é uma excelente opção mas sim, pode e deve ser melhorada (Eversolo a caminho!).

O DAC e a placa HDMI

Em termos de funcionamento, o A10 tem um botão de volume que se pode pressionar para aceder a um menu onde escolhemos inputs e podemos definir algumas opções como a equalização ou power-off automático. Não tendo um design muito consensual acho que resulta muito bem o painel clean com dois vuímetros enormes. Especialmente de noite.

Na traseira do A10 temos por fim um switch de High Bias. Basicamente, isto permite ao A10 trabalhar em classe A com mais Watts. A diferença entre High Bias ON vs OFF é pequena mas em ON temos um pouco menos de “força bruta” e mais fluidez digamos assim. Penso que se nota mais com volumes baixos. Com colunas mais exigentes pode ser interessante testar desligar o High Bias mas gosto muito de ouvir o A10 em ambos os modos e em teste cego teria dificuldade em detetar um vs o outro.

Em resumo, considero o Advance A10 Classic uma peça verdadeiramente especial. Quem tiver a felicidade de possuir um terá dificuldade em trocar por outro aparelho. Quem estiver interessado no amplificador poderá contactar-me para agendar audição ou empréstimo.

 

Especificações

Amplificação classe A/B: 2x130W (8ohm) e 2x190W (4ohm)
Resposta de frequencia: 10Hz-35KHz (+/-3dB)
Phono MM
DAC: ESS 9018
Dimensões: 430 x 175 x 385mm
Peso: 15kg
PVP: 1790€

 

Gustavo Rosa

UPDATE IMPORTANTE

Vários clientes me têm questionado acerca do stock off prolongado e mais extenso do que habitual a decorrer de momento. Pois bem, a loja VilaSound, Som & Imagem vai fechar. A empresa continua a operar como antigamente, servindo todos os clientes como sempre e mantendo todos os fornecedores e marcas que temos atualmente. Para os nossos clientes habituais penso que pouco irá mudar pois continuo contactável e com disponibilidade para empréstimo de equipamentos e subsequente fornecimento.

Para os clientes novos infelizmente vamos deixar de ter as excelentes condições de demonstração multi-marca que sempre tivemos.  Esta decisão tem efeito imediato: durante o mês de Maio irei estar a desativar a loja.

Esta decisão não é relacionada com a saúde financeira da empresa. Iremos mudar ligeiramente o foco para a área da instalação áudio associada às colunas de embutir e controlo por app, bem como a sua ligação à domótica através de colaboração com o nosso parceiro habitual, a VPIN. Teremos em breve um pequeno espaço dedicado para demonstração de custom installation.

O negócio da alta fidelidade clássica goza de muita oferta de fornecedores e marcas/fabricantes mas poucos clientes. Hoje em dia todos os telemóveis tocam música e até já trazem auscultadores. Isso é suficiente para a vasta maioria dos melómanos. Os poucos melómanos que decidem adquirir componentes HIFI raramente compreendem as vantagens associadas ao teste auditivo em loja e por isso compram mediante a análise de especificações ou baseados em reviews. Os poucos clientes que frequentam as lojas ficam tipicamente satisfeitos pois acabam por comprar aquilo que realmente os satisfaz e normalmente gozam de bons descontos sobre o preço sugerido. Pessoalmente, retiro especial prazer em poder contribuir para essa satisfação que muitas vezes dura muitos anos de prazer diário. Estou imensamente grato a todos os clientes que me contactaram e me visitaram, e gosto muito da profissão que tenho.

O objetivo doravante é ter mais tempo para visitar clientes, fazer instalações, analisar e escrever sobre equipamentos. Isto não é um adeus – é um até amanhã.

EDIT: tenho recebido muitos contactos de clientes preocupados e tristes com a novidade. Para a maior parte dos nossos clientes muito pouco se altera. Continuo contactável, com possibilidade de aconselhar, emprestar equipamentos para audição e instalar quando necessário. Irei manter-me atualizado com as novidades não através da leitura de reviews mas testando equipamento em casa e visitando os meus fornecedores e fabricantes, como sempre.

 

Gustavo Rosa

Oportunidades: Stock off!

Consulte a secção das oportunidades para conhecer as ofertas com desconto especial até ao fim de existências.

Heed Obelisk Si MK3

A indústria da alta fidelidade tem aspetos realmente apaixonantes que não se encontram noutras indústrias. Já tenho “uns bom anos disto” e apesar de o nome Heed não me ser estranho nunca tinha experimentado nenhum, nem lido nada sobre a marca nem nunca conheci ninguém que tivesse um ou me falasse bem ou mal destes produtos. No entanto assim que liguei o Heed Obelisk Si III percebi que tinha nas mãos um produto muito especial. Literalmente nos primeiros segundos da Hanne Boel – After Midnight, enquanto ligava apenas o amplificador para ir aquecendo e rodando um pouco, deixava a sala de audição, levantei o sobrolho e pensei comigo..: “interessante”. Imediatamente ouvi um decaimento nas notas graves que por vezes são muito monotónicas e mecânicas. Não com o Obelisk. Após audições mais exaustivas e com várias colunas diferentes concluo que é um amplificador musical e dinamico, detalhado e suave, agressivo e dócil, punchy e leve. Algumas pessoas na indústria defendem que um amplificador não pode ser musical e rítmico e ao mesmo tempo ser muito dinâmico. Ou seja, há que procurar um compromisso entre as duas ou apostar fortemente numa delas. Ao longo dos anos fui, muito relutantemente, concordando. Esse fenómenos são por vezes mais evidente no high-end. Os amplificadores com enormes reservas de potencia são por vezes extremamente dinâmicos mas tornam-se algo “mecanicos”. Outros são extremamente musicais mas muitas vezes podiam oferecer mais energia e dinâmica à música. O Heed Obelisk desafia completamente esse conceito, e a um preço muito moderado. Este Heed já não sai daqui!

 

Quem são a Heed?

A Heed começou por importar artigos de hifi em 1987 para a Hungria. Entre eles estavam a inglesa Ion Systems de Richard Hayem. O sr Zsolt Huszti da Heed juntou esforços com Richard Hayem e desde 2000 começaram a produzir os primeiros amplificadores Heed na Hungria. Celebram agora 30 anos de existencia com o lançamento do Heed Elixir LE (limited edition).

 

 

 

 

O que diferencia a Heed ?

Os amplificadores Heed usam RC-coupling. Os amplificadores a válvulas são Transformer coupled, ou seja, têm um transformador à saída do estágio de amplificação para ajustar a voltagem e eliminar a corrente direta (DC). Os amplificadores a transístores podem ser DC-coupled (direct-coupling), sem transformador, resistencia ou condensador após os estágios de amplificação, ou podem ser RC-coupled com Resistencias e Condensadores à saída. Existem muitas vantagens e desvantagens de ambos sistemas. A Heed usa uma tecnologia RC-coupled proprietária a que chamam Transcap que segundo eles permite bloquear a transmissão de corrente direta para o resto do sistema e que usam os condensadores para transmitir de forma mais imediata a energia para as colunas. Como é habitual, o que me interessa mesmo é como toca mas ouvindo o Obelisk consigo acreditar na tecnologia Transcap.

Com excepção do Lagrange, o topo de gama, todos os produtos Heed são de pequenas dimensões com metade da largura dos equipamentos habituais. A linha Obelisk tem algumas características que me parecem muito interessantes. O Obelisk Si III pode receber uma placa phono ou uma placa DAC constituindo assim uma solução muito compacta que as pessoas procuram cada vez mais. No entanto, para o fervoroso audiófilo, o Obelisk pode ser conectado a uma fonte de alimentação externa, a Obelisk X2. Nesse caso, a fonte de alimentação interna do Obelisk Si III alimenta apenas a secção de pré. O conjunto Si + X2 transforma-se assim numa combo pré+power dual-mono. Ou seja, o cliente pode melhorar o equipamento sem ter de o trocar. Os Heed são construídos usando “tecnologia antiga”. Não há fontes comutadas, placas impressas ou classe D – algo que as pequenas dimensões poderiam sugerir. A construção é focada num circuito simples com componentes discretos de fácil manutenção no futuro. Não há opção de streaming nem bluetooth. O interior esta bem “arrumado” e a operação do amplificador denota uma boa e cuidadosa construção.

 

O Obelisk Si III produz 2x50W a 8Ohm e 2x65W a 4Ohm. Olhando para o papel das especificações e para o tamanho reduzido deste amplificador, é normal não ficar muito impressionado mas bastam uns segundos de escuta para perceber, mais uma vez, que as especificações não servem de muito (ou nada mesmo). Garanto que não lhe falta potência! Juntando-lhe a Obelisk X2, ele passa a debitar 2x65W a 8Ohm e 2x80W a 4Ohm. Ainda não tive a oportunidade de testar com a X2. Existe uma gama grande de produtos Heed que despertam interesse e que irei ter a oportunidade de analisar nos próximos tempos.

 

O Obelisk Si III tem um PVP de 1690€, a Obelisk X2 custa 950€.

 

Gustavo Rosa

Em demonstração: Hegel H190 + Monitor Audio Silver 300 7G

As Monitor Audio são algumas das colunas mais populares do mundo com imensos fieis seguidores e também muitos haters. Ainda que gostos não se discutem e que não existem colunas que agradam a todos, sempre atribuí pelo menos grande parte do descontentamento que algumas pessoas tinham pela Monitor Audio à falta de amplificação à altura. Ainda hoje se verifica esse fenómeno com a prevalência de amplificadores/receivers multicanal para cinema “anémicos” para colunas cujo potencial é largamente superior a eles, mas talvez essa seja uma conversa para outro dia.

Desde os tempos de Mo Iqbal com as revolucionárias Monitor Audio Studio algumas pessoas tiveram a oportunidade de conhecer o que aquelas colunas conseguiam oferece mas outras lamentavam-se da sua estridéncia. Na minha opinião, começando pelos leitores de CD, a eletrónica simplesmente não estava à altura dos exigentes padrões dos audiófilos. Felizmente ela tem evoluído imenso ao longo dos anos, no que diz respeito aos leitores de CD e principalmente ao nível de streaming de fornecedores de serviço de música como o Spotify e especialmente do Tidal e qobuz. Longe vão os tempos da famosa “digitalite estridente”. Por essa razão, felizmente, a Monitor Audio tem vindo a inverter a sua tendência para suavizar as suas colunas, pois já não existe essa necessidade. A nova geração (7G) da linha Silver permite-nos ouvir mais os músicos e a sua música do que nunca. Alguém um dia disse uma frase com a qual concordo: Life is too short for boring hifi.. Quando quero ouvir música suave e relaxante, escolho um álbum com essas características. Se quiser ouvir música que me faça arrepiar os cabelos na nuca quero ter a possibilidade o fazer, através de um sistema que não suavize toda a música que lhe forneço.

Os amplificadores também têm evoluído imenso. Muito saudosistas terão opinião contrária e é verdade que ainda existem muitos amplificadores antigos superiores a amplificadores recentes. A grande questão é o custo. Esses amplificadores antigos que ainda são atuais eram caríssimos há 30+ anos atrás, apenas acessíveis à classe alta da sociedade. Atualmente, é possível construir sistemas de alta fidelidade de enorme qualidade acessíveis à maior parte das pessoas. Mas estou a divergir do assunto já que o Hegel H190 já não se pode considerar acessível. O que o H190 oferece, tal como os “irmãos mais novos” H95 e H120, um conceito tudo-em-um muito interessante e contemporâneo a que muitas outras marcas também aderiram. Nunca fui grande defensor de juntar muitas funções numa só caixa mas atualmente o streaming, DAC e amplificação conseguem criar uma oferta de valor muitíssimo boa, e por vezes até ideal. Ou seja, comprar o streamer/DAC separado nem sempre garante melhor qualidade.

O H190 conta com uns substanciais 150W por canal mas sem por isso criar um som “abrutalhado”. É capaz de recorte e requinte, suavidade e dinamica ao mesmo tempo. Conseguiu parecer à vontade com tudo o que lhe atirei. Ao ligá-lo ao switch Bonn N8 com cabo ethernet ele foi facilmente detetado pelo Roon Nucleus tornando-se num endpoint e começando logo a receber o sinal de streaming. O H190 respira qualidade de construção. Tudo parece sólido e é bem pesado (19kg!). Não aquece quase nada, o painel OLED é facilmente visível, os botões do painel frontal e do comando são ótimos ao toque e respondem imediatamente. 5 estrelas.

As Monitor Audio Silver S300 da 7ª geração apresentam uma drive RST melhorada, e várias alterações ao nível do crossover. Têm uma menor sensibilidade e uma impedancia mínima um pouco superior e, subjetivamente, parecem-me mais fáceis de amplificar. Tocam lindamente por exemplo com o novo Roksan Attessa e até com o Advance A5, amplificadores bem mais acessíveis do que o H190. Com o H190 temos maior headroom e maior discernimento em passagens musicais mais complicadas. As Silver S300 parecem-me mais rápidas do que a anterior geração, parecem mais desinibidas e mais fieis ao músico. As S300 da anterior geração já eram uma excelentes colunas mas precisavam de amplificação mais cara para se obter delas a prestação excelente. Esteticamente tornaram-se mais equilibradas com os aros em preto em vez de cinza e com a base substancialmente melhorada tanto a nível estético como ao nível da estabilidade.

O conjunto é assim muito impressionante no ritmo e detalhe que transparece. Já não é um sistema propriamente acessível mas, para quem tem um orçamento apertado, o H120 e o H95 são substancialmente mais baratos sacrificando essencialmente na potencia. Ou seja, não tocam tão alto e não têm tanta capacidade de discernimento a volumes altos mas o “som Hegel” está lá na mesma.

Em audição na VilaSound, Som & Imagem.

O H190 com as S300 aqui usando o Primare SC15 como fonte digital.

 

Especificações

Hegel H190

Conversor: 24Bits 192KHz com AirPlay e UPnP
Potência: 2x 150W a 8ohm; 2x 250W a 4ohm
Entradas: 2x Analógicas; 1x balanceada (XLR); 3x Ótica S/PDIF; 1x USB; 1x Rede RJ45
Saídas: 1x Single Ended Fixa (RCA); 1 x Single Ended Variável (RCA)
Dimensões: 12 x 43 x 41cm (AxLXP). Peso: 19Kg

PVP: 3590€

 

Monitor Audio Silver S300

Colunas de 3 vias.
Impedancia mínima 4 ohm, nominal 8ohm
Sensibilidade 87.5dB (1W/1m)
Potencia recomendada: 50-200W
Resposta31Hz-35kHz (-6dB)
Dimensões: 1000 x 185 x 332 mm (AxLXP). Peso: 19kg/un

PVP: 2145€

 

Gustavo Rosa

Review: Sugden Audio

Os amplificadores Sugden Audio têm vivido na VilaSound há já algum tempo e, apesar de ainda não ter escrito sobre eles, têm sido uma das principais referencias em amplificação nas nossas demonstrações e recomendações.

A Sugden Audio é um fabricante “à antiga”. Não têm um catálogo de produtos muito extenso, focam-se no que sabem fazer melhor e fazem-no bem. Produzem amplificadores integrados, pré-amplificadores, etapas de potencia, um pré-phono, um DAC e um amplificador de auscultadores.  Não fazem amplificadores com Spotify nem sequer leitores de CD. O pré-phono Stage Two também está em audição e merece uma review só para ele!

Sugden A21

São particularmente conhecidos por se especializarem em amplificação classe A. Esta tipologia de amplificação nunca foi a minha preferida. Tipicamente senti que apesar de muitas vezes “fluídos” e musicais, os amplificadores classe A parecem ter alguma falta de headroom ou dinamica e são frequentemente pouco neutros (eu sei, o Passlabs INT-25 discorda!). A primeira experiência com a Sugden não foi a melhor. O Sugden A21 pareceu reforçar esse estereótipo. Sim, a audição conseguia ser agradável mas havia uma falta de dinâmica que não me deixava satisfeito.

 

O A21SE

Sugden A21 SE

Prometeram-me que o Sugden A21SE era um amplificador completamente diferente, apesar do nome ser muito parecido. Assim foi. O A21SE revelou-se uma “besta” bem diferente. Este amplificador em classe A desafia completamente a minha ideia pré concebida que tinha de experiencias anteriores. A sua capacidade condutora de colunas difíceis é enorme e é particularmente interessante a domar alguns tweeters de fita. Tem muita amplitude dinâmica e ainda maior fluidez e musicalidade do que o A21. Fez um conjunto delicioso com as Monitor Audio PL100II , que costumam ser acopladas a amplificadores bem mais caros, ou com as Audiovector QR3.

Para os habituais céticos no que diz respeito à potencia garanto que os Watts da Sugden não são os mesmos de outras marcas. Os 2x 30W a 8ohm que o A21SE publicita parecem-se mais com 80-100 Watts habituais noutros amplificadores.

 

Entra o ANV-50

Para comemorar os 50 anos de existencia da Sugden Audio decidiram fazer algo inesperado: criar um amplificador classe A/B de referencia. Porque é que uma empresa que se especializou e fez nome em desenvolver e defender a tecnologia de amplificação em classe A decide comemorar 50 anos de existencia com classe A/B? Não sei, mas aparentemente ainda bem que o fez.

O Sugden ANV-50 é um amplificador extraordinário. Passando do A21SE para o ANV-50 sentimos que o ANV-50 pode ir mais longe na exigência das colunas, podendo amplificar grandes colunas de chão como as Dynaudio Contour 30i, ou até provavelmente as Contour 60i (embora não tenha testado). O ANV-50 é mais transparente, mais neutro, mais dinamico, mais silencioso e mais rápido. É o tipo de amplificador que nos permite ouvir a “excelencia da interpretação” que tenho refiro tantas vezes. Quando falo em rapidez não quero fazer passar a ideia que a música fica apressada. Por vezes é exatamente o oposto: como ele é rápido e preciso, os silencios parecem mais prolongados e o som aparece isolado no espaço e no tempo, por vezes fazendo parecer que tudo abranda. Com o ANV-50 podemos apostar em grandes colunas de chão e recriar o evento de uma grande orquestra sinfónica, com exuberância e requinte.

Comecei por dizer que era cético em relação à classe A e acabei a preferir o amplificador em classe A/B produzido pela empresa especializada em amplificação classe A. Bom, assim é de facto mas a verdade é que gosto muito do A21SE e haverá quem o prefira ao ANV-50. No contexto certo, ao A21SE fornece o típico “calor” e tonalidade que vão agradar a muitos audiófilos, particularmente em jazz. O A21SE é mais “som” e mais para audiófilos. O ANV-50 é mais música e mais para melómanos. (esta última análise será provavelmente muito discutível e debatível!). A diferença de preço entre os dois (1100€) não é nada negligível por isso não se trata apenas de escolher um ou outro. Ambos têm na minha opinião uma relação qualidade/preço fantástica, sendo difícil encontrar alternativas com esta qualidade noutras marcas.

A qualidade de construção parece irrepreensível em todos os produtos SugdenAudio e a Sugden oferece 5 anos de garantia. Os painéis frontais podem ser personalizados com cores diferentes das habituais.

 

 

Especificações

A21SE

Potencia: 2×30 W a 8 Ohm, 2×40 W a 4 Ohm
Resposta freq. : +/-1dB 12Hz-141kHz
Peso: 15kgs
Dimensões:  12 x 43 x 36cm
PVP: 3600€

 

ANV-50

Potencia: 2×50 W a 8 Ohm, 2×100 W a 4 Ohm
Resposta freq. : +/-1dB 12Hz-45kHz
Peso: 11kgs
Dimensões:  14 x 43 x 37cm
PVP: 4700€

 

 

Gustavo Rosa

 

Polk Audio Reserve – Prémio EISA

As novas Polk Audio Reserve receberam o Prémio EISA 2021-2022 para o melhor conjunto Homecinema.

Já se encontram em demonstração na VilaSound, Som & Imagem as R100 e R500. As Polk Audio Reserve contam com um tweeter “Pinnacle Ring Radiator” e woofers “Turbine Cones”, que são abordagens diferentes às usadas por algumas das marcas referencia aqui na VilaSound como a Monitor Audio, DALI, Spendor e Dynaudio (entre outras!). A diversidade acrescentada, como sempre, permite acrescentar valor para os nossos clientes poderem visitar-nos e escolher o sistema e o som que vai de encontro às suas preferencias.

 

R100

Coluna monitora de 2 vias, sensibilidade 8.6db, impedancia mínima 3.6ohm. Dimensões: 166 x 324 x 259.5mm, peso: 5.5kg

PVP: 549€

 

 

 

R500

Coluna de chão de 2.5 vias, sensibilidade 8.7db, impedancia mínima 3.9ohm. Dimensões: 255.4 x 1044.5 x 348.8mm, peso: 17.7kg

PVP: 1299€

Review: Advance Acoustic A5 Playstream

O Advance Acoustic Playstream A5 é uma pérola escondida, uma agulha num palheiro num universo de amplificadores integrados, DACs, amplificadores com DAC, streamers, tudo-em-uns. Tantas vezes que disse aos meus clientes que o importante é comprar um bom amplificador e depois juntar-lhe a fonte ou processador conveniente à nossa utilização em vez de condicionar a escolha a um amplificador que tenha uma determinada feature. Pois bem, assim o mantenho. O A5 vem recheadíssimo de features mas o seu verdadeiro trunfo é a qualidade de som que consegue com uma vasta variedade de colunas. Ele conta com preamplificador phono (MM, MC high e MC low!), Bluetooth, entradas óticas e coaxiais digitais, entrada USB para ligação de pen/disco duro, antena Wi-Fi, Tuner FM, duas saídas de auscultadores e ainda um streamer! Podemos considerar todas as funções como bónus, já que se trata de um amplificador com uma enorme desenvoltura para colunas aparentemente acima da sua liga e especialmente musical. Muitas vezes, possivelmente até na maior parte das vezes, experimento amplificadores caríssimos que são capazes de fazer mexer as cargas mais pesadas (i.e. colunas difíceis) e criar impactos impressionantes mas à custa da “mecanização” da música. Acabam por ficar lentos e não nos permitem ouvir a música e os artistas embora possam muito bem ser impressionantes em 10 minutos de audição.

O Advance Playstream A5 impressionou-me imediatamente ainda assim. Graças a uma musicalidade relaxada óbvia, não à custa de coloração e “flacidez” mas pela velocidade e “tempo” ou “balanço”, citando as palavras do Sr Delfin da Delaudio, que foi quem me mostrou primeiro o A5.

Alguém  entretanto já escreveu mais e melhor do que eu sobre o A5 aqui. Eu confirmo quão especial o A5 e, também sua versão mais musculada, o A7, são. Acrescento que, voltando ao assunto do tudo-em-um, à semelhança com que tinha percebido com o Primare I5 Prisma, um amplificador com streamer incluído tem algumas vantagens. Mesmo ligando um bom streamer ao A5 é difícil bater o seu streamer interno ao nível da qualidade sonora, enquanto a qualidade e robustez da app também não deixam nada a desejar. O seu pré-phono é perfeitamente decente e para o melhorar recomendo um pré-phono só a partir dos 690€ como um KECES ePhono+ePhono Power ou o fantástico Sugden A21SE Stage Two.

O Playstream A5 é portanto uma solução tudo-em-um com uma relação qualidade/preço sem precedentes e capaz de envergonhar sistemas muito mais caros. Para além disso, quem não gosta de vuímetros?

 

Especificações

Potência: 2x 80W
Resposta de frequência: (+/-3dB) : 20Hz – 80  kHz
Streamer/DAC compatível com Spotify, Tidal, Qobuz, TuneIn entre outros
Wi-Fi e Tuner FM
Pré-phono MM, MC low e MC high.
Dimensões: 430 x 370 x 135mm
Peso: 8kg
PVP: 990€

Novidade: iFi Audio hip-dac

O iFi Audio hip-dac é uma excitante novidade na VilaSound, Som & Imagem. Diria que não é menos do que um produto revolucionário!

Há uns bons anos atrás fiquei muito entusiasmado com o aparecimento do Audioquest Dragonfly. Uma peça muito portátil que melhorava tremendamente o som dos auscultadores quando ligados ao computador. Muitos fabricantes se apressaram a lançar produtos parecidos e que desempenham a mesma função. A iFi Audio já há muito que o faz, com mais ou menos funcionalidades e com uma gama de produtos muito variada que sempre achei de ótima qualidade. Temos tido em demonstração o belíssimo iFi Audio Nano iDSD Black Label.

Entretanto o mercado já exige não só um DAC/amplificador de auscultadores para PC como também para telemóvel. Cada vez mais o utilizador subscreve a serviços de música como o Spotify, Tidal, Apple Music, Qobuz, entre outros, entusiasma-se na compra de auscultadores e por sua vez precisa de eletrónica que tire partido deles. Sendo que a oferta dos auscultadores Hi-Fi tem evoluído muito nos últimos anos, também os DACs e Amps de auscultadores vão acompanhando a sua evolução.

O hip-dac é um conversor digital-analógico via USB. Liga-se diretamente a uma porta USB do computador Windows ou MAC. Para ligar a um telemóvel é preciso um cabo adaptador OTG como o Audioquest Dragontail ou da própria iFi Audio.  Graças a uma bateria

de lítio de 2200mAh, o hip-dac tem muita corrente armazenada para alimentar o seu próprio amplificador durante 8h e não usa a bateria do telemóvel ou PC. Tem uma porta USB-C dedicada apenas para carregar a bateria. Achei-o muito bem construído com bons acabamentos e materiais aparentemente robustos. O único defeito que encontro é não ter uns elásticos como outros iFi Audios trazem e que permitiria prender ao telemóvel. Penso que no hip-dac isso seria mais prático do que nos outros.

Experimentei o hip-dac logo com auscultadores planar magnéticos que são sempre muito gulosos em amplificação. Mesmo quando os valores de sensibilidade e impedância são razoáveis fico com a sensação que só quando o amplificador tem ampla disponibilidade é que os seus drivers se excitam verdadeiramente e as membranas dos planares se soltam. Primeiro liguei aos Advanced Sound Alpha e depois aos Audeze LCD-2C, ambos excelentes auscultadores que pura e simplesmente não se conseguem ouvir ligados diretamente ao meu telemóvel e soam habitualmente anémicos com amplificadores de auscultadores de entrada de gama. Muitos DACs com saída de auscultadores têm falta de genica para eles, ou seja, normalmente saem-se melhor com amplificadores de dedicados, sem DAC. Não com o hip-dac! Esta coisa pequena, portátil, a baterias põe-nos a mexer. Gostei verdadeiramente da forma como os Advanced Alpha tocaram visto que por vezes, mesmo em amplificadores bons, ele têm uma tendência para distorcer ou empolar as altas frequências. Mesmo em faixas como Paula Abdul – Straight Up ou Arctic Monkeys – R U Mine? o hip-dac conseguiu por os auscultadores a resolver toda a enorme quantidade de informação mantendo o punch e o controlo. Como disse, normalmente recorro a sistemas de DAC e amplificadores separados para obter este tipo de performance, facilmente ultrapassando 500€ no total. O hip-dac tem um PVP de 165€! É um game changer. Nem sabia que seria possível ouvir planar magnéticos com um dispositivo portátil a baterias.

(na minha opinião é superior ao famoso Chord Mojo).

Ativando a função XBass, as frequências graves aumentam muito significativamente mas sem perder compostura nem musicalidade. O grave continua articulado apenas com muitos mais dBs. Penso que será uma função bem útil para muitos auscultadores mais leves no grave, para satisfazer os bass-heads ou simplesmente para variar a sonoridade, eu certamente a usarei com frequência. Não experimentei ainda a saída balanceada com alguma pena minha pois tendo mais potencia será possivelmente melhor ainda.

Altamente recomendado!

 

Especificações

Suports DSD 8x, DXD, PCM e MQA
Input: USB USB 3.0 type ’A’, High-Speed Asynchronous USB 2.0, (32bit/384kHz)
Output: single ended 3.5mm e balanceada 4.4mm
Power:  BAL: 400mW@32 Ohm ; S-BAL(SE): 280mW@32 Ohm
BAL: 6.3V@600 Ohm ; S-BAL (SE): 3.2V@600 Ohm
Batery: Lithium-polymer 2200mAh
Charging via USB-C, BC V1.2 compliant up to 1000mA charging current
Dimensions 102 x 70 x 14 mm
Weight: 125g

PVP: 165€