Review: Spendor A4

As Spendor A4 são colunas diferentes do que tem sido a norma dos fabricantes atuais com um design clássico. São colunas de 2 vias com tweeter e woofer de 18cm. Apesar do seu aspeto simples, constatamos imediatamente que são colunas muitíssimo bem construídas, com acabamentos irrepreensíveis, e uma estética muito bem conseguida graças às proporções e qualidade da folha de madeira.

Apesar das suas dimensões reduzidas são colunas verdadeiramente impressionantes no tamanho do som, corpo e grave que produzem. Com apenas 83×16,5×27,5cm são capazes de encher a nossa maior sala de audições com quase 40m2. Existe uma tendência normal para nos impressionarmos com colunas pequenas com um som grande do que colunas grandes com um som pequeno. As A4 impressionam!

O HiFi é uma espécie de gestão de compromissos e as Spendor A4 não fazem propriamente milagres. Diria que são comedidas nos extremos, não tendo um agudo particularmente proeminente nem um grave que faz abanar a casa. Têm uma microdinámica soberba mas nota-se alguma compressão quando o volume sobe para níveis muito altos. A precisão do palco é boa mas não é incrível. Serão levados a pensar que não gosto assim tanto delas pois afinal de contas são boas a fazer o quê exatamente? Uma coisa é uma demonstração do potencial de umas boas colunas onde colocamos uma faixa de música clássica com uma variação de volume enorme e queremos replicar o evento de dezenas de instrumentistas na nossa sala. Outra coisa, provavelmente mais de 90%, é a utilização doméstica em que o volume é baixo ou moderado e queremos apreciar todo o tipo de música de uma forma sedutora. Um sistema que nos encante e nos faça querer ficar e ouvir mais, de preferencia sem incomodar muito os vizinhos. As Spendor não são colunas abafadas e anafadas. São colunas musicais e emotivas que, graças à sua simplicidade, tocam a música bem integrada, sem desfasamento entre tweeters e woofers, com uma correção temporal exemplar.

Não costumo ler nem apreciar reviews mas a Hifi Plus tem uma review com a qual consigo concordar. 

Ao longo dos anos, colunas como as Monitor Audio e Dynaudio têm-se aproximado cada vez mais desta integração e musicalidade mas ainda não atingiram bem o ponto em que as A4 estão nesse campo. Por outro lado, são colunas mais completas no que diz respeito ao espetro de frequências produzidas e capacidade dinâmica.  Felizmente, na VilaSound, Som & Imagem, oferecemos a hipótese de testar e comparar vários modelos destas 3 excelentes marcas tão distintas entre elas na sua abordagem tecnológica e resultado final audiófilo. Temos também outras boas marcas para testar mas estas servem de exemplo de fabrico distinto. Só ouvindo conseguimos perceber o que procuramos e entender as diferenças, vantagens e limitações e escolher o que damos mais prioridade.

As Spendor A4 gostam de algum músculo por trás. Aqui foram amplificadas pelo excelente Simaudio Moon 250i que lhes dá o devido fulgor. O Denafrips Ares II é a “pechincha” do momento capaz de se aproximar do incrível Denafrips Pontus, por metade do preço. Trata-se de um DAC R2R a receber audio via USB do Roon Nucleus a ler TIDAL via Roon.

 

Aqui fica um cheirinho (para ouvir com bons auscultadores):

Mighty Sam Mcclain & Knut Reiersrud – Jewels

 

Especificações

Crossover 2 vias
Frequência de resposta: 34Hz – 25kHz
Impedância nominal: 8 Ohms
Amplificação recomendada: 25-150watts
Sensibilidade: 86dB
Dimensões: 861 x 165 x 284mm
Peso: 16kg

PVP: 2900€

 

Amplificadores de auscultadores em demonstração

A VilaSound, Som & Imagem conta com enorme variedade na amplificação de auscultadores, com e sem DAC. Traga cá os seus auscultadores e poderá testar o seu real potencial.

 

Na foto (da esquerda para a direita, de cima para baixo): Synthesis ROMA 41DC+, Pro-Ject Audio Pre Box RS2, Creek OBH-21 MK2, Schiit Vali 2, ADL GT40a, Lehmann Audio Rhinelander, Pro-Ject Audio Headbox S2, iFi Audio nano iDSD Black Label, Advanced Sound Accessport, Audioquest Dragonfly.

 

Temos, entre outros, Audeze LCD-1, LCD-2C e LCD-XC; e também Advanced Sound Alpha.
Na compra dos Advanced Sound Alpha oferecemos um Schiit Vali 2! (acabou o stock de Adv Sound Alpha)

 

Review: Roon Nucleus vs Bluesound Node 2i c/ Bonn N8

Apesar de sempre ter mantido uma mente aberta em relação à alta fidelidade posso admitir que durante algum tempo era ‘anti-streaming’. Através de muita otimização era possível usar um computador como fonte de alta fidelidade com excelente resolução mas ao nível de streaming havia sempre algo que faltava. Para além disso, não sentia que o argumento da superior conveniência do streaming fosse muito válido. Sim, é possível armazenar muito mais música num espaço reduzido mas a catalogação adequada era um pequeno pesadelo e habitualmente acabávamos por ouvir sempre os mesmos artistas e álbuns.

Ao nível da conveniência, tudo mudou após a entrada em cena do Spotify. Depois, o Tidal, que não reduz a resolução dos ficheiros, apresentava a conveniência  do streaming e potencial do CD, e até da alta resolução via formato MQA. O Bluesound Node 2i permite um acesso sem soluços nem bugs ao Tidal e uma qualidade bem aceitável, especialmente ligando-lhe um DAC de melhor qualidade. Tem sido umas das fontes audio mais usadas na loja para demonstrações. Para obter a qualidade máxima, recorria sempre ainda assim ao CD e ao vinilo.

Um cliente e amigo, profissional na gestão de redes informáticas, sugeriu que o Bluesound, e qualquer equipamento audio que receba sinal via cabo ethernet, deveria ter um switch de rede imediatamente antes, com um cabo ethernet curto de boa qualidade. Segundo ele “… os pacotes vão sempre com a informação no header da cadencia correta com o qual toda a info deverá ser recompilada. (…) o switch que está a montante do end point vai-te reconstruir todo o sinal”. Ao testar com um switch TP-Link 5 portas notei que de facto se consegue melhorar significativamente a qualidade audio do Bluesound a tocar Tidal.

Entra em cena o ‘switch audiófilo’ Silent Angel Bonn N8. Comparativamente aos switches informáticos (e mais baratos), o Bonn N8 conta com uma fonte de alimentação e clock interno melhores, caixa de alumínio, material absorvedor the ruído EMI e filtragem. Testei o Bonn N8 com algum cepticismo pois aquilo que eles sugeriam (colocar o switch a montante do streamer), eu já fazia com o TPLink. Quão melhor poderia o Bonn N8 reconstruir o sinal? Será audível?

Bem audível. Sem ele a música perde ritmo e entusiasmo, um pouco menos de corpo e ‘pancada’. Depois de testar uma vez já não saiu da nossa sala de audições.
Será o conjunto Bluesound Node 2i + Silent Angel Bonn N8 + Denafrips Pontus a melhor fonte de streaming possível? Bem… Não.

Uma das coisas que me faz defender o Bluesound é a qualidade do software, rápido, intuitivo e bug free. O streaming tem de ser fácil e não irritante :)
Não existem muitas empresas no mundo a apostar tão fortemente no desenvolvimento do software como a Bluesound e … a Roon Labs. O software da Roon é ainda melhor, com melhor visualização do catálogo musical, maiores possibilidades ao nível da interação com a informação dos artistas e compras online. Já tinha experimentado o Roon ao nível do software e considerei de facto superior ao Bluesound (e também com outro preço). A Roon desenvolveu também o hardware optimizado para correr o seu software na forma do Roon Nucleus.  O conceito é um pouco diferente do Node 2i. Trata-se de algo mais semelhante a um computador do que a um equipamento audio. Permite instalar um disco interno, aceder a música partilhada na rede doméstica e aceder a serviços de streaming de forma integrada e altamente personalizada, mas intuitiva.
Tal como o Bluesound, o Nucleus é extremamente fácil de instalar, bastando ligar à rede de internet doméstica e instalar a app no telemóvel ou tablet. A ligação ao Denafrips Pontus é feita via USB (Audioquest Carbon USB) enquanto que no Bluesound é feita via cabo ótico (QED Reference).  Com o Nucleus a diferença na qualidade da reprodução musical é bem audível. É… digamos, macroscópica, ou seja, não é subtil. A música tem outra autoridade, o grave é mais profundo e mais impactante. Ouvindo Dire Straits – Six Blade Knife, apercebemo-nos logo desde os primeiros segundos que a música tem outro ritmo tornando-se quase impossível não bater o pé.
Comparando o conjunto Nucleus + Pontus com o leitor de CD Cambridge CXC + Pontus (cabo coaxial digital Audioquest Carbon) constato, pela primeira vez, que o streaming (a ler ficheiros 16bit/44KHz do Tidal!) apresenta melhor qualidade de som do que o CD.

Esoteric K07X, Denafrips Pontus

Por fim, tive a oportunidade de testar o Esoteric K07X a fazer transporte de sinal digital do CD para o Denafrips Pontus e aqui ainda foi possível ultrapassar o Nucleus. O CD ainda tem uma palavra a dizer, quando temos acesso a equipamento de leitura high-end.

 

Conclusão

O streaming já veio para ficar há muito tempo, especialmente através de serviços de subscrição como o Spotify, Tidal e Qobuz. Assistimos a uma evolução grande ao nível de hardware e software que nos permite agora usar os serviços de streaming e tirar partido da sua conveniência, não só com alta fidelidade e como, em alguns contextos, com melhor qualidade do que anteriormente registado com leitores de CD ou PC-Audio-USB. Para isso recomendo a aquisição de um switch the rede de boa qualidade, no mínimo um TP-Link, idealmente o Bonn N8 (ou o SOTM sNH 10G – novidades para breve).

 

Preços de venda a público dos equipamentos (IVA incl):

Bluesound Node 2i: 569€
Roon Nucleus: 1725€
Roon Nucleus+: 2950€
Licença vitalícia Roon: 699USD
Licença anual Roon: 119USD
Silent Angel Bonn N8: 395€
SOTM sNH 10G: 960€
SOTM sNH 10G (+clock +extras): 2016€
Denafrips Pontus: 1860€
Esoteric K07X: 6800€

 

 

Gustavo Rosa

Denafrips Pontus DAC

O mercado dos DACs (digital to analogue converters) tem evoluído significativamente nos últimos anos com muitos fabricantes novos a aparecerem. Novos e antigos, os fabricantes têm desenvolvido novas tecnologias ou ‘refrescando’ tecnologias antigas.
A novidade dos DACs baseados em FPGA (field-programmable gate array) ou em chips SABRE nunca me seduziu particularmente, embora o chip em si seja apenas uma pequena parte de um complexo sistema e por isso existem várias boas propostas no mercado que recorrem a estas tecnologias.
Já tendo testado alguns DACs baseados na velha mas comprovada tecnologia de resistor ladder continuo com a sensação que esta tecnologia mantém um potencial elevadíssimo.
Muitos dos novos fabricantes de DACs optaram desde há algum tempo por vender diretamente ao consumidor final. Embora possa refletir-se no preço (mais baixo), coloca problemas grandes ao consumidor pois não tem muitas hipóteses de testar e, pior, não tem possibilidade de fazer comparações com outros DACs, algo que rotinamente fazemos na loja com todo o tipo de equipamentos.  A história do áudio está repleta de equipamentos com designs e qualidade construção excelentes e especificações impressionantes que desiludem na sua performance. Por essa razão, qualquer audiófilo mais experiente concorda que é preciso experimentar!
Foi isso que fiz com o Denafrips Pontus (experimentar) após alguma negociação com o distribuidor. Um DAC que promete imenso! Denafrips é um fabricante chinês ainda largamente desconhecido, comercializado sob a alçada de Alvin Chee via Singapura que também comercializa a Vision e a Jay’s Audio (a Denafrips é a sua favorita). Começaram por desenvolver o Terminator, o topo de gama – um DAC que conta com a tecnologia R2R e segundo eles mais de 1000 resistências com tolerâncias dentro dos 0,005%, permitindo uma resolução 24bit para ficheiros PCM (segundo eles). A tecnologia de conversão resistor ladder dos Denafrips vem com um twist: a gestão do switch das resistências é feita através de módulos FPGA.
O engenheiro da Denafrips sobre a tecnologia resistor ladder ou R2R: “R2R DACs aren’t novel technology but the very first D/A conversion approach. Strictly speaking, using discrete R2R is no technological innovation but regression. It’s the D/A integrated chip which is the embodiment of technological progress. (…) In effect, any converter IC that’s been designed by a semiconductor firm is a black box. Its ultimate 

performance is already written to its hardware. In most cases, semiconductor engineers are not specialized audio engineers who understand music playback intimately. They won’t perfectly solve certain sonic problems while they design their chips. Once professional audio designers work with them, they cannot overwrite their built-in parameters. Many of their own design ideas can’t be exploited fully. They must always design around the limitations of their chosen silicon. This is precisely why we opted to revisit the most fundamental and early approach of the discrete resistor array. With it, we enjoy perfect freedom to design our very best solutions outside the usual constraints and boundaries which are imposed by the integrated converter chips.”

O Terminator ganhou bastante popularidade em reviews e fóruns internacionais. A Denafrips expandiu a sua oferta e oferece agora opções mais acessíveis. O Pontus beneficia de todo o desenvolvimento do Terminator a um preço extremamente interessante na minha opinião, considerando a sua qualidade de construção e tecnologia envolvida. O chassis do Pontus é feito em espesso alumínio cortado em CNC, fonte de alimentação linear, completamente balanceado, arquitectura proprietária R2R+DSD, CRYSTEK Flagship

CCHD-957 Femto Clocks, DSD1024, PCM 1536kHz, entradas I2S, BNC, AES/EBU, saídas XLR e RCA, enfim… you name it. Tem opção de NOS (Non-Oversampling) e Oversampling, e faz reclocking do sinal em todas as entradas digitais. Com um PVP de 1860€, não há DACs no mercado com este tipo de specs.
E o modelo de venda direta ao consumidor? Não fica mais barato? Em princípio não. Apesar do esforço de qualquer fabricante, dificilmente se evita o pagamento de taxas alfandegárias, portes e IVA. O custo de desalfandegação do Pontus foi de 108€, ao qual acresce a taxa de IVA sobre o custo de desalfandegação e taxa de IVA sobre o valor do Pontus.

COMO TOCA? 

Ainda longe do burn-in recomendado pelo fabricante (umas longas 300h), ainda com apenas cerca de 30h, posso dizer seguramente que é dos melhores DACs que já ouvi independentemente do preço. Toca precisamente nos pontos que procuro como amplitude dinamica, grande palco sonoro e especialmente a preservação do tempo – aquilo que distingue o hifi do high-end hifi: a preservação da excelência da interpretação artística. A diferença entre ouvir os sons/instrumentos e ouvir o artista. Muitos DACs oferecem definição e até dinamica mas retiram a emoção da interpretação.

É sem dúvida uma das peças áudio que mais me impressionou nos últimos tempos independentemente do preço. Se juntarmos o facto de custar muitas vezes menos alguns DACs concorrentes a proposta torna-se incontornável.

Disponível para audição.

Gustavo Rosa

Novidades em demonstração: Focal Kanta, Synthesis A50Taurus, Audiolab 6000CDT e KECES BP-2400

Espero em breve poder fazer pequenas mas merecidas reviews acerca destes equipamentos em demonstração:

Focal Kanta Nº2

 

Synthesis Action 50Taurus

 

Audiolab 6000CDT

 

Keces BP-2400

 

 

 

Audeze iSine 20

Os Audeze iSine 20 estão dentro do restrito grupo dos melhores auscultadores que já ouvi. Não têm falhas. Os agudos são definidos, o grave é extenso e articulado e, mais importante, o fator air guitar é máximo (fator air guitar: capacidade do sistema de dar mais ou menos vontade de acompanhar a música fazendo o gesto da guitarra com as mãos). Como dizia o felizardo que os comprou: até reggaeton consigo ouvir com estes auscultadores. De facto, conseguimos descobrir coisas novas em todas as músicas que ouvimos e apreciar o que podem trazer em termos de emoção, também oferecem uns arrepios de vez em quando.

Enquanto os testava tive dificuldade de mudar de faixa de teste. Cada uma que colocava tinha vontade de ouvir até ao fim, e a maioria ouvi mesmo até ao fim. Normalmente oiço apenas alguns segundos de uma lista de faixas de teste para formular uma opinião mas estes auscultadores não são para testar – são para ouvir! Tal é a forma como captam a atenção.

Trazem um mini DAC com ligação para iPhone que é bastante competente. Ligá-los diretamente a um telemóvel na entrada jack é um erro. Os Audeze transformam-se em banais in-ears. Precisam de um amplificador externo. Embora se possa perder a cabeça na compra de um amplificador, mesmo o acessível iFi Audio Nano iDSD (PVP: 229€) é extremamente compatível com os iSine 20 e capaz de retirar a maior parte do seu potencial.

São bastante confortáveis apesar do tamanho, pois são leves. Ao contrário da maior parte dos auscultadores in-ear, sendo abertos, permitem ouvir o ambiente à volta.

Musicalmente, na minha opinião, os Audeze iSine 20 estão ao nível de alguns dos melhores auscultadores do mercado (Meze Empyrian, Audeze LCD-4, Hifiman HE-1000). Em termos de espacialidade sonora, obviamente, sendo in-ear não conseguem dar a mesma envolvência de uns auscultadores over-ear. No entanto, considerando o seu PVP (699€) são estranhamente acessíveis para o prazer que dão, especialmente sabendo que são mais fáceis de amplificar. Altamente recomendados.

 

 

Especificações:

In-ear, semi-abertos
Transdutor planar-magnético. Imans Neodímio N50.
Impedância 20ohm
Sensibilidade 112dB/1mW
Amplificação mínima recomendada: 50mW
PVP: 699€

 

Gustavo Rosa

Review: REL HT/1508 Predator

Há um novo “kid on the block”! A REL não é nenhuma recém-chegada ao mundo dos subwoofers. É possivelmente um dos nomes mais antigos e famosos no fabrico de excelentes subwoofers. Sem dúvida que tem sido a marca que sempre recorremos quando os nossos clientes exigiam a melhor integração possível para ouvir música. Os REL permitem uma integração extraordinária fazendo com que o subwoofer desapareça completamente e que as colunas se transformem em colunas maiores, com mais grave e com mais palco, equilíbrio e emoção.

Para cinema os REL sempre foram muito bons mas outras marcas, como a SVS, que sempre foram direcionadas para o homecinema, representavam normalmente um maior ‘bang for the buck’. Dado que em homecinema podemos ajustar a fase temporal do sistema com recurso ao processador Áudio/Video, a integração fica automaticamente facilitada e os SVS, por comparação com os REL, tinham woofers maiores e mais potencia, capazes de abanar mais a casa com menos dinheiro. Os REL eram capazes de ser mais rápidos e refinados mas o cinema não exige tanto essas qualidades.

Falo no passado pois recentemente a REL lançou uma muito aguardada série HT – Home Theatre. São subwoofers sem a tradicional ligação high-level que permite aos REL ligarem-se a qualquer amplificador stereo como se fossem colunas passivas. Os HT ligam-se ao Recetor A/V por cabo RCA normal como qualquer subwoofer para homecinema. São por isso desenhados à la SVS – grandes e poderosos – mas retendo alguns dos princípios e know-how REL que os permite ser tão rápidos e emocionantes, contando com fieis seguidores por todo o mundo.

O HT/1508 conta com um altifalante CarbonGlas de 15″ (38cm) ultra leve. Segundo a REL, graças a uma combinação de fibra de vidro com um centro de massa em fibra de carbono, este altifalante de 15″ pesa muito menos do que um altifalante REL de 10″ de alguns anos atrás. Esta afirmação não me surpreende pois alguns subwoofers que eram referencias há alguns anos atrás são uns ‘meninos’ comparando com o estado-da-arte atual.

O HT/1508 tem um amplificador de 800W em classe D, otimizado para oferecer a melhor performance possível nas frequências baixas. A alimentar este amplificador está um transformador com uns gigantescos 1.2kW, o que significa que o amplificador tem amplas reservas! Na verdade, este amplificador debita 1000W mas a REL optou por limitá-lo de forma a prolongar o tempo de vida, sabendo que os 800W controlam o drive de forma ótima. Importa dizer que a REL é de longe a marca de subwoofers com menor taxa de avaria que nós conhecemos (extremamente baixa) e tipicamente os subwoofers em geral são peças que oferecem alguns problemas ao longo do seu tempo de vida, mesmo dentro da garantia.

A caixa tem extenso reforço interno para reduzir deformação, uma tampa no topo que amortece vibrações e um acabamento feito de um compósito rígido, que parece um pouco alumínio escovado mas é na verdade uma forma de dar melhor acabamento e conferir maior rigidez à caixa a um custo baixo. 

Tinha imensas expectativas relativamente à sua performance. Por um lado, as suas especificações são muito apelativas, por outro lado ele iria ser comparado com a referencia absoluta em cinema em casa: o SVS SB16-ULTRA, que conta com um altifalante ainda maior (16″) e um amplificador ainda mais potente (1500W!). 

SVS: SB1000 e SB16-ULTRA; REL: HT/1508 Predator e HT/1205

 

Prova superada!

O HT/1508 é maravilhoso. Antigamente, para um subwoofer ser considerado bom só precisava de fazer BOOOM nas explosões para satisfazer os cinéfilos. Hoje em dia os bons subwoofers devem ser capazes de muito mais, de forma a descobrimos sons e sensações que nem sabíamos que existiam na faixa sonora dos filmes. São vibrações que atravessam o corpo e o sofá de forma direccional e com variações de intensidade e dinâmica. No acompanhamento e complemento das colunas frontais o HT/1508 acompanha-as sem desfasamento e com a velocidade necessária para qualquer coluna. 

A cena da batalha das motas de luz do filme TRON: o Legado, é das melhores para aferir a profundidade, intensidade e definição de um subwoofer. As motas passam à nossa frente, ao lado, por cima e por baixo com uma precisão incrível fazendo tremer o chão e energizando o ar à volta delas. 

No início do filme Avatar, quando o Jake Sully desembarca para o hangar, há uma espécie de robô pilotado que passa por cima dele – e parece que passa por cima de nós também, já que é filmado em “Point of View” – muito bem feito. O HT/1508 consegue atirar autenticas ‘pedradas’ com tal precisão e realismo como nunca tinha experienciado aquela cena desta forma. Sim, nem mesmo o SB16 me deu a mesma sensação. Por comparação, diria que o SB16 consegue descer mais abaixo e oferecer maior SPL e estou convencido que em medições essa diferença será significativa. Peço desculpa aos ávidos consumidores de gráficos de SPL vs Frequência mas não irei fazer essas medições. Haverá pelo mundo fora pessoas mais competentes e com melhor equipamento para o fazer. Para além disso, nada substitui as sensações físicas e emocionais, e os gráficos não irão demonstrar aspetos igualmente importantes como a velocidade, integração e impacto. 

 

Como dizia, o SB16 terá maior capacidade de descer a frequencias mais baixas mas o HT/1508 desce muito baixo, sendo capaz de abanar devidamente a sala, o sofá, a roupa do corpo. Onde ele brilha relativamente ao SVS é na excitação que consegue dar às cenas de acção (e não só) e dá a sensação de ser efetivamente mais rápido do que o SVS, como era habitual nos outros modelos vocacionados para a música (e é muito mais barato!). Muito se deve provavelmente ao altifalante ultra-leve e ultra-rígido de 15″ (38cm), bem como outros truques que a REL é capaz de usar com a sua experiencia no fabrico de alguns dos melhores subwoofers do mundo. Um altifalante mais leve também precisa de menos Watts para se mover – é mais eficiente. Na banda sonora dos filmes, ou em música em geral, o HT/1508 brilha como seria de esperar. No início do filme A Invenção de Hugo, temos detalhes e nuances nas notas baixas que normalmente são completamente monotónicas com outros subwoofers. 

Temos também disponível o irmão mais pequeno, o HT/1205 (significa Home Theatre / 12 polegadas e 500W) que é igualmente interessante para o preço (PVP: 890€), e também o REL S/3 SHO que, curiosamente custa quase o mesmo. O S/3 SHO consegue ser ainda mais musical e, num sistema stereo sem processador AV, integrar-se ainda melhor mas não é capaz de mexer com as entranhas, fazer pular o sofá nem abanar as paredes como o HT/1508.

 

Nota final: o HT/1508 pode ser stacked, ou seja, empilhável através de uns ligadores de aço podendo colocar até 3 unidades na vertical. 

Pode ler mais sobre o desenvolvimento do REL HT/1508 aqui

 

Especificações

Caixa selada. Altifalante frontal de 15 polegadas (38cm) em fibra de vidro reforçado com fibra de carbono. Amplificador em classe D com 800W RMS. Entradas: Stereo RCA, LFE RCA e LFE XLR.

Dimensões: 500 x 457 x 492 mm. Peso: 38kg

Preço: 1790€

 

Gustavo Rosa

Finalmente o CABO: SpinX Cables

De todos os componentes de uma cadeia de alta fidelidade aqueles que menos gosto de testar são os cabos de coluna. Todos os cabos produzem diferenças que são na sua vasta maioria subtis e pequenas diferenças podem traduzir-se rapidamente em preços extremamente elevados. Para além disso, os cabos de coluna nunca são perfeitos. Normalmente são projetados para mehorar determinadas características mas fico sempre com a sensação que há muita informação que se perde.

Durante muito tempo, os TelluriumQ Black foram a minha referencia. Não creio que fossem os cabos perfeitos mas não tinham um preço demasiado exagerado (~300-500€/par) e quase sempre representavam uma melhoria significativa relativamente aos cabos mais baratos. Por vezes era uma melhoria subtil, dependendo do sistema, sensibilidade do audiófilo e valorização dessas subtilezas, mas quase sempre significativa, ou seja, compensava o investimento.

 

Entretanto tive a oportunidade de experimentar os EWA LS-25 (PVP: ~800€) que são a criação de um dos fundadores originais dos Tellurium Q, que decidiu criar a sua própria marca. Os LS-25 já têm alguma reputação como Tellurium killers mas, na minha experiencia, a diferença entre os dois é subtil na mesma medida que achei quando comparei os Tellurium Q Black com os Tellurium Q Ultra-Black (PVP: ~1500€). As diferenças existem mas tive dificuldade em justificar o enorme incremento em preço. Do que me recordo, penso que os EWALS-25 estarão pelo menos ao nível dos Tellurium Q Ultra-Black mas não deixam de custar o dobro dos Tellurium Q Black.

Os SpinX Cables são uma criação da empresa Spindeco que desenvolve tecnologia baseada em Spintronics. Não vou tentar explicar exatamente o que é a “spintrónica” mas penso que, basicamente, os SpinX Cables são construídos com um campo magnético uniforme ao longo do cabo de modo a tentar (ou conseguir) que os eletrões “fiquem todos orientados para o mesmo lado”. Pode parecer uma treta, e até impossível, e até pode ser que o que torna estes cabos diferentes, em termos de Física, seja algo completamente diferente e que não foi previsto. Quem sabe?

Testei os SpinX, comparando com vários cabos, incluindo os Tellurium, EWA ou Kimber, e em todos os casos as diferenças que percepcionei foram mais do que subtis. Foram diferenças análogas às que encontramos quando trocamos um amplificador ou um DAC. Consegui obter um palco maior, com melhor separação de todos os sons, no espaço e no tempo. A música adquire um entusiasmo bem superior. Depois da primeira comparação sabia in my gut que já não os ia tirar do sistema, as outras comparações que fiz depois foi só para confirmar a primeira impressão e determinar se podia escrever sobre eles com este entusiasmo de forma confiante. Seja qual foi a tecnologia que aplicaram nestes cabos – funcionou para mim e no meu sistema em demonstração (Simaudio Moon + Dynaudio). Sendo os mais baratos entre os cabos do comparativo (PVP: 390€ com 2x3m) recomendo o teste destes cabos em qualquer sistema. Será que é o cabo perfeito? Tenho a certeza que não e provalmente nem existe mas são os melhores cabos que já tive a oportunidade de experimentar.

 

Gustavo Rosa

VilaSound 2.0 – Está a valer

Ainda não a 100% mas já com novidades bem interessantes para mostrar, a nova loja fica situada na Praça Dom João II, a cerca de 200m da loja antiga. Esta nova localização tem uma exposição para o exterior bem maior e os paineis no exterior facilitam imenso a sua identificação. Na frente virada para nascente contamos com uma vista bem desafogada.

 

 

 

 

 

 

 

A área de exposição ainda precisa de alguns acabamentos finais cuja adjudicação sofreu inúmeros atrasos. Entretanto temos condições mínimas para atendimento.

 

 

 

 

Contámos já com uma sala de demonstração para música stereo com 18m2 e uma sala de de cinema com colunas de embutir que pensamos não ter igual em Portugal.

 

 

 

 

 

 

Em breve teremos uma segunda sala com cerca de 40m2 para audição de sistemas stereo.

 

Gustavo Rosa

AVISO: fechados para mudanças 18 de Março até 9 de Abril.

Hoje, dia 16/03,  foi o último dia aberto ao público na atual VilaSound, Som & Imagem. Foram 8 anos de grande evolução mas que não permitem evoluir muito mais.

Contamos reabrir no novo espaço em cerca de ~18 dias, cuja nova localização será revelada a seu tempo e também uma data para inauguração . Peço paciencia e compreensão nos próximos dias e prometo que valerá a pena a espera.

Continuo contactável pelos canais habituais para qualquer assunto.

Adeus e até já!

Gustavo Rosa

 

UPDATE (03/04/2019): depois de alguns atrasos, teremos condições mínimas para receber clientes a partir de dia 9 de Abril, com as novas instalações a ‘meio-gás’. Algumas adjudicações de obra estão atrasadas e levam-nos a manter indefinida a data para a inauguração.
As solicitações têm-se acumulado e só posso agradecer (e pedir) a paciência.